Na perda de um ente querido, não podemos ser tão egoístas a ponto de determinar que não precisamos de ajuda. Pode não ser preciso uma pessoa morando com você ou tanta bajulação e medo de comentar certos assuntos na sua presença. Tais comportamentos podem agravar o quadro. Mas a terapia do luto pode ajudar na superação da dor.
O que é a Terapia do Luto?
A terapia do luto é um tratamento mais intenso em que o profissional irá atuar no processo de superação de perda por etapas. Cada caso é avaliado de forma única, por isso não dá para determinar quanto tempo de sessões são necessárias, se em grupo ou sozinho e que abordagem irá ser seguida. Depende do caso, o estado da pessoa diante da perda e o quanto ele está entendendo a sua situação. Algumas terapias podem durar anos e demorar a mostrar os primeiros resultados.
O processo é bem semelhante de uma terapia comum. O procedimento é realizado por um psicólogo, profissional devidamente formado em psicologia que, por meio de sessões, irá estudar caso a caso e encontrar a abordagem mais bacana para se conectar com o paciente e resolver o problema. No geral, as sessões são semanais e envolvem tratamento de cerca de 40 minutos a no máximo 1 hora.
Um dos grandes focos do tratamento é tentar fazer a pessoa entender que sua dor é de fato única, ninguém entende, e não há como comparar. Uma boa parte das pessoas tenta consolar um amigo com uma perda dizendo “eu entendo”, mas não há como compreender. Os profissionais focam no fato de que cada dor é única, cada um sofre de um jeito.
A Terapia do Luto em Grupo
Para alguns casos, o tratamento solitário não é indicado. Muita gente entra em um ciclo de inconformismo, avaliando o porque de sua vida ter se tornado tão caótica, e por isso acabam não conseguindo pensar com clareza até mesmo sobre a própria vida. O indicado para esses casos é a terapia em grupo.
Com um mediador e guia, o terapeuta, a terapia em grupo é altamente indicada para quem anda com dificuldades de avaliar seu caso de forma isolada e se acha a pessoa mais ‘azarada’ do mundo. É como se tudo fosse focado em você, entrando em um quadro de depressão profunda, as vezes.
Na terapia de grupo, há um mediador ajudando com exercícios e uma boa conversa na evolução do quadro, dando para algumas pessoas um quadro mais real de que ela não está sozinha no mundo. Para alguns casos, é importante visualizar a realidade de outros e ter a certeza de que você não está sozinho.
Um bom exemplo são terapias de sobreviventes de desastres. Compartilhar a dor é crucial em tais casos. Vendo as outras vítimas fingindo na rua que está tudo bem, acaba-se tendo a falsa sensação de que tudo está tranquilo e você está sendo fraco, precisando, por isso, superar sua dor o mais rápido possível. Não é bem assim.
Muitas pessoas externalizam força, mas na verdade não conseguem dormir por dias e choram bastante do lado do seu travesseiro. É uma ótima pedida, portanto, ouvir outros depoimentos. Com exercícios de confiança e superação, a terapia em grupo tem se mostrado um ótimo exercício na superação do luto. Na maior parte das vezes ela já é prontamente indicada para quem sofre de morte de marido, filho e esposa, em especial quando não se era esperada.
Pouca Gente acha que Precisa de Terapia
Este é o mais comum. Com a fama de que a ‘terapia é para loucos’, ‘ela é gasto de dinheiro’ e um terapeuta só faz conversar, muita gente entra em quadros depressivos e não compreende a situação real do seu quadro porque acredita estar vivendo um caso bobo para pagar para um profissional um tratamento.
De fato um terapeuta não é médico, por isso ele não pode receitar medicamentos, mas pode ajudar indicando médicos para tratar quadros depressivos com os medicamentos adequados.
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Para quem é Indicada a Terapia do Luto?
Nem todo mundo precisa mesmo de terapia de luto, apesar de que mal não faz. Pessoas com problemas de aceitação da morte e de comunicação merecem passar por este tipo de tratamento, bem como os casos onde a proximidade com o falecido é tanta que é necessário um toque profissional.
Mas algumas pessoas entendem bem a situação e podem superar sozinhas, precisando apenas de um tempo. É o caso daqueles mais religiosos, que podem muito bem buscar conforto em Deus para resolver seu problema com a crença em uma vida em outro plano. Cada um busca o conforto onde mais lhe convir e, na maior parte das pessoas funciona. Quando não, um terapêutica é indicado.
Você não pode Forçar alguém Sofrendo a fazer Terapia
A menos que suicídio seja um questionamento ou já tenha sido tentado. Em tais casos, um profissional deve agir para resguardar a vida do outro. Mas quando não, a terapia funciona bem melhor quando há alguém querendo melhorar. Caso contrário, ela pode sentar por horas na terapia mas de nada vai ajudar.
Mas dizem os especialistas que, em algum momento, a terapia toca a pessoa. Alguns assuntos podem ser resistentes, mas a terapia do luto tende a agir de alguma forma melhorando a superação da morte. Um espaço neutro para conversar sobre um tema e uma pessoa que entenda a situação é uma zona de conforto para quem está superando uma dor, por isso funciona tanto e tão bem. No geral, mesmos os mais resistentes dos pacientes saem melhor do tratamento.
Terapia de Luto Envolve Medicamentos?
Não. Se não for feita por um psiquiatra, não pode haver medicamentos controlados. Mas uma boa parte dos terapeutas indicam medicamentos de origem natural, como valeriana para dormir e Florais de Bah para melhorar o humor.