Documentário “O Renascimento do Parto”

O que você acha de uma mãe que diz que seu filho vai nascer no dia 7 de agosto de 2014 e ainda está com seis meses de gestação? Esta é uma realidade brasileira e em diversos países do mundo: o parto programado, com dia e hora para acontecer. O parto cesariana passou a ser um ato cirúrgico. Para discutir o tema, está nos cinemas o excelente documentário O Renascimento do Parto, uma produção nacional ganhador de diversos prêmios e sendo altamente clamando pela briga. O documentário funciona como uma versão nacional do também excelente The Business of Being Born, produção norte americana sobre o mesmo tema.

Por que Cesariana?

A grande discussão do documentário nacional é quanto ao parto cesariana se tornar algo tão importante para a sociedade moderna e porque as mulheres cada vez mais desistiram de ter um parto normal, considerado mais seguro e com uma recuperação muito mais rápida para a mamãe. A cesariana perdeu espaço por conta de diversos fatores.

O Renascimento do Parto levanta uma discussão importante: por que os médicos indicam como primeira opção a cesariana? Diversos fatores são levantados: os planos de saúde pagam um valor muito baixo aos médicos envolvidos em um parto normal, os hospitais estão lotados e pode não haver agenda para o nascimento e os médicos andam sobrecarregados demais para terem que ir a qualquer momento para um hospital por um chamado médico.

Contudo, todos os valores levantados em discussão são voltados para o sistema médico, e não para a família e mais importante: o bebê. O que uma cesariana mudaria na vida de uma criança e da mãe? A principal discussão do documentário é a realidade obstétrica do Brasil, como os médicos encaram o nascimento e o quanto é complicado pensar em ter filhos em cesariana quando na verdade o parto normal seria o mais indicado.

Os Problemas Que Uma Cesariana Trazem ao Nascimento

Ao assistir ao documentário, você será lançado a uma realidade diferenciada sobre o seu próprio nascimento: ele não foi nem de longe bacana como deveria ser. Pessoas mal humoradas te levantaram pelos pés em um grande sistema de produção, lavaram talvez para ver sua mãe por alguns segundos e já mandaram andar, porque a fila anda e ja já tem mais filhos nascidos. Puro costume, pura rotina. Mas não deveria ser assim.

O parto é um experiência unica entre mãe e filha e o primeiro contato de uma pequena criança no mundo com luzes, muita violência. Hoje há uma alta falta de humanização do parto e um excesso de praticidade que é bom para os médicos, ruins para as mães e até traumatizante. Muitas mães saem traumatizadas de salas de parto por se sentirem verdadeiras carnes em abate, com a sistematização do parto e tanta falta de humanidade na hora de dar à luz a um novo ser.

O Que Defende o Documentário?

Diversos profissionais de renome estão no documentário, bem como mães: as maiores estrelas da produção. Você, que não é mãe ainda, pode se assustar um pouco: as a realidade para as mães prestes a dar a luz são bem cruéis e de diferentes classes sociais.

O documentário defende o que seria mais natural para o nascimento de uma criança: o parto normal. A natureza nos fez assim e seria bem justo e necessário voltar aos primórdios. Nenhum dos profissionais envolvidos em depoimentos relata ou nega o valor da cesariana, que salva vidas todos os dias, mas há de se convir que a cesariana está sendo amplamente indicada e desnecessariamente apenas para o nascimento se adequar na agenda dos médicos e também dos pais ‘organizados e modernos’.

Há diversos especialistas bacanas envolvidos no documento e testemunhos fortes. Um deles é do ator Márcio Garcia, que sentiu uma violação no seu filho pelo excesso de ‘praticidade’ dos enfermeiros que sacudiam seu filho como se fosse apenas um ‘frango’. Há mães traumatizadas com a praticidade dos médicos em não aguardar o trabalho de parto completo e resolver partir logo para abrir a futura mamãe e retirar o bebê. Aumenta-se assim o risco de infecções e ainda por cima se traumatiza mãe e filho em um momento de tanta fragilidade.

Por que Assistir ao Documentário O Renascimento do Parto?

Com imagens fortes e depoimento envolventes, o documentário O Renascimento do Parto é uma forma de abrir seus olhos para o que acontece com a medicina obstetrícia no Brasil. Os médicos talvez não estejam tão preparados para uma forma mais suave e valorizando o lado humano do parto de conceber um nascimento, e sim estejam sendo criados e acostumados a cortar, como um grande sistema de produção que precisa andar para não atrasar o próximo.

Antropólogos, sociólogos e médicos diversos defendem na produção a volta do parto natural como primeira opção. Um dos entrevistados destaca que o melhor local para se ter filhos é onde a mãe se sente segura,  por isso até mesmo o parto caseiro com parteiras seria o mais indicado. O importante é segurança e uma boa observação do estado de mãe e filha, e não pagar uma sala de cirurgia, instrumentadores, anestesistas e o aluguel de um quarto de hospital apenas porque é mais lucrativo para o hospital, o plano de saúde e o médico. O olhar da criança anda sendo ignorado em grande escola nas novas formas de dar à luz.

Ao contrário do que se pode imaginar, o documentário é excessivamente sentimental, o que é bom. Você vai se chocar com as falas realistas de médicos e especialistas e não com as imagens. A forma como se fala de parto no Brasil, como um ator cirúrgico, é muito mais chocante que as imagens de uma mulher tendo um parto. O mais chocante mesmo é o quanto um parto normal é lindo e mágico, mas os médicos ignoram isso por uma melhor lucratividade em um sistema de produção.

O documentário que inspirou esta produção se chama The Business of Being Born, uma análise fria e norte americana sobre os partos cesarianos e como os médicos se tornaram cada vez mais frios e mais ansiosos pelo dinheiro.

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Categoria(s) do artigo:
Filhos

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