A raiva em uma criança pode ocorrer por diversos motivos. Pode resultar de ansiedade, dificuldades de desenvolvimento ou diversos tipos de frustrações. A raiva também pode ocorrer apenas como parte do desenvolvimento emocional típico da criança em crescimento.
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Seja qual for a origem da raiva, ensinar o cérebro de uma criança a manter a calma pode ser um desafio, principalmente porque quando estão com raiva os pequenos costumam fazer algo que deixam os pais de cabelos em pé, a birra. Não tem hora e nem local para ela acontecer, crianças podem espernear em casa, na rua, no supermercado.
Quando seu filho está sentindo raiva e fazendo birra, é natural que você fique nervoso. Isso não faz de você um mau pai ou mãe. Isso faz você humano. Entretanto, é importante saber contornar a situação para não acabar incentivando a criança a continuar com esse mau comportamento.
Para te ajudar nessa missão tão difícil que é educar os filhos, preparamos algumas dicas de como lidar com a birra e a raiva dos pequenos.
Ensine ao Seu Filho Que Ele Pode Controlar Suas Emoções
Na primeira infância, as crianças começam a falar e refletir sobre as emoções que têm. Isso as ajuda a compreender e regular o que estão sentindo. Na metade da infância elas percebem que podem ter sentimentos conflitantes e difíceis, mas que não podem sempre agir movidos sobre eles.
Então, as crianças começam a entender que podem amar e respeitar seus pais e professores, e ainda assim ficar zangadas com eles. Ensine os seus filhos que é totalmente normal sentir-se irritado algumas vezes, mas que o poder de controlar esses sentimentos está dentro de nós, e, para a nossa própria felicidade, não devemos cultivá-los. Sentimentos intensos podem parecer incontroláveis às vezes, mas com a prática, até mesmo os pensamentos e sentimentos mais difíceis podem ser trabalhados.
As Crianças Precisam de Equilíbrio nas Atividades
Crianças que estão muito cansadas, muitas vezes, podem se comportar mal. A estimulação física e cognitiva adequada irá manter seus cérebros e corpos ativos, mas também é importante garantir que há tempo o suficiente para permitir-lhes processar o que elas estão aprendendo. Além disso, os pequenos precisam de espaço para que eles não se sintam completamente dominados pelo que está acontecendo ao redor eles.
Portanto, não pense que, ao encher seu filho de atividades, estará fazendo algo de bom para eles. Atividades extracurriculares, como aula de música, balé, inglês, artes marciais, etc., são ótimas, mas não dá para exigir que a criança faça todas as aulas ao mesmo tempo. Uma criança também precisa de tempo para brincar e viver a sua infância.
Não Responda Com Raiva
Você conhece o velho ditado, “Combater fogo com fogo”? Ela não se aplica aqui, você é o adulto nessa situação e precisa se impor. Mesmo que a criança esteja te tirando do sério e a sua vontade seja gritar com ela, lembre-se de que a criança irá se espelhar no seu comportamento.
Se você responder na mesma moeda que ela, tenha a certeza de que isso vai aumentar a probabilidade de o seu filho ficar cada vez mais birrento. Se você quer que seu filho responda com calma, você precisa manter a calma também. Afinal, a ideia é ensinar a criança a controlar suas emoções.
Reconheça Que Seu Filho Está Passando Por Uma Situação Difícil
Existe toda uma gama de emoções humanas (raiva, tristeza, medo, felicidade, etc.). Todas elas são normais, mas, por vezes, o nível ou a intensidade da emoção não é compatível com a situação. Ao mesmo tempo, é muito importante que a criança sinta que você a compreende.
Deixe o seu filho saber que estar com raiva é normal e que você entende que ele esteja se sentindo frustrado, mas que você está preocupado com a forma como ele está agindo. As crianças irão aprender de forma muito mais efetiva o controle emocional que você está ensinando se sentirem que estão sendo compreendidas.
Imponha Consequências Para o Comportamento Inadequado
Mostrar que você é compreensivo com o que a criança está sentindo é diferente de ignorar todo ato de mau comportamento. O mundo real não funciona assim e você precisa preparar seu filho para esta realidade. Imponha regras e limites e trabalhe dentro delas.
Se o seu filho tem problemas com uma regra em particular, não há nenhuma razão para que isso não possa ser discutido de uma forma madura e respeitosa. Mas lembre-se de que as ações têm consequências, e é importante que os pequenos compreendam que isso se aplica a eles.
Respeite as Diferenças Entre as Crianças
Meninos e meninas, por vezes, respondem de forma diferente em diferentes estágios do desenvolvimento. Por isso é importante estar ciente de que as crianças que você conhece podem estar em estágios de desenvolvimento diferentes do seu filho.
Nas salas de aula, ou mesmo entre irmãos, também pode haver diferenças culturais e sócio-econômicas que interferem na forma que as crianças reagem. Assim, enquanto as regras da sua casa e da sala de aula devem ser firmes, a flexibilidade pode ser necessária em certas situações, já que cada criança é um indivíduo, com medos, desejos, temperamento, etc.
Isso não significa que, se o seu filho sofre de algum problema como hiperatividade, por exemplo, você não possa ensiná-lo a controlar as suas emoções. Você pode, e deve, ensinar tudo a ele, o que irá mudar é a forma com a qual você irá fazer isso.
Esteja Ciente de Que as Pessoas Cometem Erros
Às vezes, mesmo quando você tiver feito o seu melhor para adotar essas estratégias, as crianças ainda irão mostrar altos níveis de raiva. Esteja ciente de que todo mundo comete erros. Ter isso em mente irá ajudá-lo a enxergar uma situação problemática, ao invés de olhar para uma criança como o problema.
Manter essa postura lhe permitirá persistir na missão de educar o seu filho e ensiná-lo a controlar suas emoções sem que isso prejudique o relacionamento de vocês. Portanto, não pense que você falhou por ter perdida a paciência uma ou dez vezes. Conseguir uma significativa e duradoura mudança de comportamento leva tempo, paciência e persistência, tanto da sua parte quanto da criança. Comemore as pequenas vitórias e aprenda com os erros ao longo do caminho. Esta também é uma parte necessária do processo de aprendizagem.