A gravidez é um período bastante conturbado na vida da mulher e cada uma delas sente a gravidez de maneira diferenciada, positiva ou não. Ao contrário do que se pensa, ataques de pânico nessa fase são bastante habituais.
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Até porque, a gestação é uma experiência que traz consigo uma grande mudança no estilo de vida das mulheres, e, qualquer mudança de vida, em muitos casos, pode acarretar sentimentos de medo e ansiedade. Entretanto, o aparecimento da síndrome do pânico durante a gestação pode ser causa de preocupação, especialmente se as crises forem recorrentes e aparecem com grande frequência.
A Síndrome do Pânico
Atualmente muito se fala sobre o Transtorno do Pânico ou a Síndrome do Pânico, entretanto, esses males acabando passando despercebidos, levando as pessoas buscarem por consultas com clínicos gerais, cardiologistas, e ainda outros profissionais da saúde, na tentativa de encontrar uma explicação que seja lógica para uma enormidade de sintomas, que aparecem ligados a esse transtorno mental.
Informações
De repente o coração começa a disparar, e esse mal estar é seguido de falta de ar e tontura. Um sentimento terrível de morte se aproxima, e causa sufocamento total. Depois de mais ou menos 30 minutos, geralmente esse estado de ansiedade vem a desaparecer. As pessoas que sofrem com isso, se atormentam somente pela expectativa de que outra crise dessas possa surgir sem aviso, deixando-a completamente vulnerável.
Nessa perspectiva a pessoa acaba se sentindo ameaçada todo tempo, como se algo horrível estivesse prestes a se manifestar, sem que haja algum tipo de prevenção.
Estudos Sobre o Assunto
A ocorrência no decorrer da vida, de acordo com pesquisas dos Estados Unidos, é de aproximadamente 3,5%. Tal pesquisa detectou ainda, que nas pessoas que sofrem com o transtorno, sendo que cerca de 71% delas pertenciam ao sexo feminino, e somente 29% eram homens. O começo dos sintomas tende a manifestar-se entre os 15 e 19 anos, e em casos raros se manifestam depois dos 40 anos.
Em nosso país deve existir entre quatro a seis milhões de pessoas que padecem com esse mal. De acordo com pesquisadores, no decorrer de oito anos, depois que se completa a parada dos sintomas, as mulheres apresentam uma probabilidade de recaída que pode chegar a 64%, e os homens somente 21%. Já nos casos de remissão, interrupção ou diminuição, dos sintomas, chega a ser 76% para as pessoas do sexo feminino e 69% para as do sexo masculino.
Principais Sintomas
Os sintomas da Síndrome do Pânico mais ligados ao sexo feminino podem ser classificados como: náusea, respiração curta, e sensação de sufocamento. Enquanto que no gênero masculino, os sintomas mais habituais são: dor estomacal, sudorese profusa ou mal-estar.
As mulheres tendem a possuir mais associação com fobias e até mesmo transtornos ligados à depressão ou estresse pós-traumático. Quase sempre os pensamentos de catástrofes também são mais recorrentes no sexo feminino, de acordo com as inúmeras pesquisas.
A Síndrome do Pânico tem como característica a presença repetitiva de situações de pânico: crises súbitas, espontâneas, de mal-estar e sensação de morte iminente ou de perigo, cumulada com diversos sintomas e sinais de alerta como tremores, suor, rubor de face, taquipneia, taquicardia, sensação de nó na garganta ou de sufocamento, náuseas, tonturas, formigamentos, diarreias, vômitos, dentre outros, chegando ao máximo de mal estar em apenas 10 minutos.
As doenças do pânico podem acarretar comportamento de falta de adaptação e congelamento ou ainda busca de ajuda ou fuga. Quase sempre a pessoa parece bem, quando tem a noção de que algo indefinido a pode ameaçar. Aparece uma inesperada sensação de falta de ar, flutuação, tonteira que demonstram um risco de vida ou uma ausência da razão, que na verdade nunca acontecem. As mãos ficam úmidas e gelam, a respiração se torna complicada, o coração passa a acelerar. As extremidades passam a formigar, os lábios adormecem e tem inicio as ondas de frio e calor.
Tudo acontece em minutos ou segundos. A pessoa busca por ajuda e pode até entrar em desespero. Quando se dá o auge, o indivíduo pode ter atitudes arriscadas, do tipo descer do carro em pleno fluxo, deixar de cumprir adequadamente as tarefas domésticas, esquecendo o fogo aceso, o forno ligado e tudo o mais.
Gravidez e Síndrome do Pânico
Em relação à gravidez, existem dados científicos bastante importantes e interessantes. De acordo com pesquisadores, constatou-se que aproximadamente 43% das pacientes demonstraram melhora no quadro clínico na gestação, 33% apresentaram piora e cerca de 24% não demonstraram alteração alguma. Entretanto, quanto ao desenvolvimento da doença na gravidez, não existe um padrão preestabelecido.
O nível de estresse alto alcançado pelas recorrentes crises de pânico na gestação pode ser bastante prejudicado pelo nível de cortisol ampliado. Isso pode acarretar um risco maior no crescimento dentro do útero, bem como antecipação do parto e em casos mais graves até ocasionar abortos espontâneos.
Por isso, o especialista em obstetrícia, responsável pelo pré-natal, deve estar sempre em contato com um médico psiquiatra, para que seja feita uma avaliação do grau de risco e benefício que estejam relacionados ao tratamento.
Para que seja instituído um possível tratamento por meio de medicamentos, através do uso de antidepressivos, deve-se levar em consideração os fatores relacionados ao nível de sintomas decorrentes do transtorno do pânico e ainda os prejuízos que estão associados ao feto e à mãe. A opção pelo antidepressivo deve ser feita somente através do psiquiatra, pois os medicamentos antidepressivos têm diferentes graus de riscos entre eles, quando ministrados durante o período de gestação.
Quando se tem o conhecimento cientifico e clinico adequado, existe sim a probabilidade de um tratamento que não coloca em risco nem a mãe e nem o bebê, pois há casos em que o tratamento é algo fundamental. Já nos casos moderados e leves, os especialistas costumam tratar de outra forma, com terapias bastante eficazes e que apresentam um rápido resultado, algo que aparece em até 12 semanas. Embora esse prazo varie bastante de pessoa para pessoa e dependa exclusivamente do grau da doença e ainda da incapacitação que ela possa gerar.
Por isso, é sempre importante buscar ajuda logo que aparecem os primeiro sintomas.
