Os dados são alarmantes, segundo a ONG americana “Aprender Sem Medo”, no mundo, a cada ano, cerca de 350 milhões de crianças e jovens sofrem com bullying. As atitudes violentas, que normalmente, acontecem dentro das escolas, podem gerar uma série de problemas para as suas vítimas, o principal deles, graves traumas psicológicos. As consequências, na maioria dos casos, influenciam de forma negativa na vida social da vítima, nos seus relacionamentos e principalmente, mexem com a sua autoestima.
É completamente errado encarar o bullying como uma forma de brincadeira entre adolescentes ou crianças. Se trata de um problema sério e deve ser combatido seriamente, principalmente na escola, onde acontece o maior número de casos.
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Os Tipos de Bullying
O bullying pode ser manifestado de várias maneiras, a chamada de forma direta, cujo exemplos são: quando a vítima é excluída de um grupo, quando recebe apelidos ofensivos ou quando é agredida fisicamente e moralmente com o que é dito a ela.
O segundo tipo de bullying é chamado de indireto, cujo a forma de praticá-lo são as seguintes: através de fofocas sobre a vítima, quando são feitos furtos contra a vítima, através de sites, celulares ou qualquer outro meio digital, com ações que de certa forma coloque a vítima em uma situação embaraçosa.
Segundo pesquisas, é muito comum que o bullying comece na primeira forma, a direta, e se evolua para a segunda forma, indireta, com postagens em sites de relacionamentos, por exemplo. Nestes casos, até mesmo ameaças são feitas a vítima, já que o agressor se sente protegido pelo anonimato do mundo virtual.
Vale ressaltar uma outra diferença na prática do bullying, que normalmente, é manifestado de maneiras diferentes quando se trata de meninas ou de meninos. No caso dos meninos, a agressão física é mais presente, assim como a exclusão do grupo. Já entre as meninas, a fofoca é a maneira mais comum.
O que o Bullying Pode Causar na Vida de Crianças e Adolescentes
Considerar o bullying uma brincadeira de mau gosto é de uma grande irresponsabilidade, uma vez que a vítima levará consigo “marcas” graves, que podem durar a vida toda. Na maioria dos casos, as pessoas que sofreram bullying em alguma fase da vida se tornam ansiosas e depressivas com maior facilidade.
Elas possuem menos controle sobre os problemas que as demais pessoas. E não é só isso, estudos revelaram outros problemas: pensamentos suicidas, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento no trabalho e na vida sentimental. E aqueles que praticaram bullying contra alguém, normalmente, desenvolvem ainda mais agressividade ao decorrer da vida e a levam para o trabalho e para casa com grande frequência.
Como Reconhecer um Agressor
É bem comum que os agressores sejam os alunos mais populares da escola e que normalmente, são agressivos também com os professores e em casa, com os pais. São admirados pelos demais alunos e por isso, são seguidos e apoiados em tudo o que fazem.
Enquanto os agressores são cheios de si, com a autoestima nas alturas, as vítimas são aquelas com baixa autoestima e que preferem ficar afastadas dos grupos. Normalmente, são pessoas com poucos amigos e as características físicas são determinantes para serem escolhidos pelos agressores. São pessoas magras demais, gordas demais, muito tímidas, entre outras.
Se os agressores em casa permanecem cheios de si e enfrentam os pais, as vítimas em casa, agem da mesma maneira que fazem na escola, normalmente, preferem se isolar no quarto e falam pouco. É muito comum que uma vítima de bullying não queira mais frequentar a escola, mas em geral, ela não fala o motivo.
Como as Vítimas de Bullying Devem ser Tratadas
O bullying deve ser levado muito a sério, tanto pela família do agressor quanto pela família da vítima. Em ambos os casos, existe um grave problema psicológico e até muito mais que isso. O primeiro passo é entender o que está acontecendo, a gravidade da agressão e da forma como foram feitas a ofensas e procurar a ajuda de um psicólogo.
Mudar a vítima de escola é recomendado pelos psicólogo. Não adianta fazer a terapia, se todos os dias a criança ou o adolescente irão passar pelo mesmo trauma. As crianças muito pequenas passam pela ludoterapia.
Quanto aso agressores é muito importante que os pais descubram o que levou o filho a cometer tal ato e evidentemente, ele também precisa passar por uma terapia. Um pai deve ter em mente que não é normal que o seu filho sinta prazer em fazer com que outra pessoa sofra, não ter limite e não ter vontade de respeitar regras, gostar de provocar brigas, etc.
O Papel da Escola em Casos de Bullying Entre os Seus Alunos
O primeiro papel que deve exercer a escola é aquele de evitar que o bullying aconteça e isso pode ser feito através de atividades para valorizar a diversidade das pessoas, ressaltar a importância do respeito mútuo nas relações e ensinar que não se deve ter preconceito. Em seguida, os professores devem falar sobre o tema bullying com os alunos e das implicações. Além disso, devem observar o comportamento dos seus alunos e no menor sinal de agressão, chamar os pais para uma conversa séria.
Na prática, é muito comum que os professores fechem os olhos e finjam que não estão vendo o que acontece. O que na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, seria violar uma das leis que regem no município, que diz que os educadores são obrigados, assim como os outros funcionários da escola, de denunciar qualquer ato de violência. Caso seja descumprida a ordem, a escola poderá ser multada.
O Papel da Família Para Defender a Vítima de Bullying
O diálogo sempre deve existir em uma família e os pais devem ficar atentos aos hábitos e mudanças repentinas dos seus filhos. Até porque é comum que os filhos escondam os fatos dos pais, por vergonha ou por medo. Tanto agressor quanto vítima devem ser observados e orientados pelos pais. A família não pode ser omissa e tem que participar e tomar as decisões que forem necessárias.
Fingir que não está percebendo que tem algo errado para não ter que tomar uma atitude, principalmente, no caso dos pais do agressor, é deixar um problema para depois, que com um tempo ficará mais grave. No caso da vítima, é deixar que as sequelas sejam maiores e mais difíceis de serem curadas.