Qualquer pessoa que inicie um namoro sabe com certeza que a pessoa que ama já teve outras relações amorosas, mais ou menos significativas, e, independentemente dos ciúmes ou da curiosidade de cada um, há uma pergunta que todos fazem: “Será que estas relações estão completamente resolvidas?”.
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Analisando o Perfil
Curriculum Vitae (ou currículo) é o documento que espelha a vida do profissional de quem almeja uma vaga no mercado de trabalho. Um currículo bem escrito abre portas e gera oportunidades, pois é ele quem conta a história de uma pessoa, na área profissional. Já vi todo tipo de currículos e concordo que, ao olhar um, vejo muito da vida profissional de alguém, mesmo sem conhecer bem o “candidato à vaga”.
Assim também funciona na vida amorosa, nos relacionamentos, onde chama de “currículo amoroso” nossa história sentimental e, através da leitura desta linha do tempo, se conclui isso ou aquilo da pessoa que se pretende envolver emocionalmente. Na hora de se entregar a uma paixão ou um novo amor, o currículo do outro (seja ele ou ela) é, sim, importante e deve ser bem analisado.
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À medida que a relação vai evoluindo e que os membros do casal se vão expondo mais e mais, a confiança cresce e, mesmo que a pergunta não seja verbalizada, a resposta acaba por surgir. Precisamos sentir que o amor que aquela pessoa proclama ter por nós é fruto de segurança emocional, e, para isso, precisamos saber que os namoros ou casamentos do passado ficaram bem arrumados no passado. Claro que quando há filhos dessas relações o vínculo manter-se-á para sempre, mas essa é das poucas exceções em que, aos olhos de quem ama, faz sentido manter o contacto com o/a “ex”.
Sempre ouvi dizer que, em quase todos os relacionamentos amorosos, o homem deseja ser o primeiro e a mulher, quer ser a última. Eles não querem mulheres com marcas, ou mesmo competidores anteriores – nem comparativos! -, não querem ninguém na memória e nas lembranças delas e elas, por sua vez, não querem, simplesmente, futuras rivais.
Mas, nem só de olho no futuro vive a mulher e nem de olho no passado vive o homem. Muito pelo contrário. Hoje em dia, é fundamental um olho no peixe e outro no gato, em se tratando de um novo amor. As pessoas analisam sim a vida pregressa de quem pretende se envolver, pois se acredita que no passado da pessoa, está a resposta para diversas perguntas, que nem todo mundo tem coragem de fazer.
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Histórias Novas x Histórias Antigas
Como existem diferenças muito significativas de pessoa para pessoa e, sobretudo porque a história de cada casal é única e especial, surgem muitas vezes conflitos sérios a propósito desta questão.
Em qualquer relação conjugal a confiança é crucial para a consolidação da intimidade. Tanto num caso como no outro, se houve alguém que deliberadamente escolheu manter segredos em relação ao cônjuge e as duas situações só foram reveladas porque o outro andou a bisbilhotar. Estes comportamentos “a detetive” são em si mesmos prejudiciais à estabilidade e à confiança numa relação. As duas situações ilustram bem os ciclos viciosos em que tantos casais se encontram – quando um dos cônjuges começa por ocultar alguma coisa, há uma probabilidade relativamente elevada de o outro se sentir inseguro e de começar a investigar no sentido de descobrir o que está a ser escondido.
Mesmo que o que está a ser ocultado seja efetivamente inócuo, pelo menos aos olhos de quem oculta (porque se sente seguro em relação aos seus afetos), é praticamente inevitável surgir ciúmes, insegurança, desconfiança, ansiedade e até a sensação de se estar a ser traído. Claro que na generalidade dos casos (e nestes dois também), a pessoa que esconde alguma coisa justifica o seu comportamento com os ciúmes e o controle serrado do cônjuge usando frases como “Eu já sabia que ele/a iria armar um escândalo”, “Ele/a não confia em mim e leva-me a ter de esconder” ou “Faço-o para evitar problemas”. A verdade é que quando alguém oculta alguma coisa pode muito bem não ter qualquer malícia por detrás do seu comportamento, mas revela fracas competências relacionais.
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Mas, Saber o Passado Amoroso do Outro é Realmente Importante?
Saber com quantas pessoas o outro se envolveu (amorosa ou sexualmente), ou em que circunstâncias ocorreram os fatos mostra mesmo quem é o outro? Muitos dizem que não. Pois isso é ser politicamente correto, mas na verdade se importam sim. Pois isso diz respeito a vários quesitos importantes que cada um guarda em suas avaliações diversas. Pois, cada um de nós é um universo sem fim.
Nenhuma mulher quer que o pai de seus filhos seja um cara promíscuo, um galinha, ou mesmo um homem com história complicada, tendo sido inconsequente, se envolvido com DST e suas derivações. Ao mesmo tempo que o homem pensa duas vezes ao saber que sua parceira tem história sexual, que a enquadram em grupos de risco, por exemplo.
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E Se Fosse Com Você?
O que você faria, como agiria, se soubesse que seu queridinho namorado, antes de se envolver com você, foi superficial, usou mulheres, transou com prostitutas, traiu, tem história de doenças venéreas, foi promíscuo, transou sem camisinha e etc.? E o contrário? Se você, homem, soubesse que sua namorada teve comportamento de risco, tem ampla história sexual, amou diversos homens… Como você agiria? Você reagiria em nome da razão ou da emoção na hora de pensar em você, ou em passado, ou no futuro?
E o amor, onde fica nisso tudo? Será o amor capaz de fazer as pessoas ignorarem a história do outro, onde o que importa é o agora? Simplesmente não querer saber é, de fato, a melhor opção? E também: saber é garantia de alguma coisa?
O passado amoroso certamente influencia as relações, não deixamos de ser quem somos do dia para a noite. “É importante considerar as mudanças ao longo dos tempos, o amadurecimento, as escolhas maduras, bem como o fato de que relacionamentos passados foram diferentes por que eram com outros parceiros. É preciso avaliar caso a caso. Um padrão que se repete em inúmeros relacionamentos é bem diferente de alguns relacionamentos fracassados por motivos diversos”.