Comentário Para Celebração de Casamento

O Casamento Através da História

A celebração do casamento surgiu pelo cristianismo, dando ao mundo como correto a união entre homem e mulher. Antes do cristianismo eram comum a poligamia, cada cultura fazia a celebração do casamento de uma forma, com dizeres e costumes próprios. Os vikings por exemplo faziam um ritual de casamento entre o homem e uma “esposa oficial”, essa esposa de primeiro escalão tinha todos os direitos, seus filhos eram herdeiros de todas as posses, mas o homem podia ainda possuir esposas de segundo escalão, cujo filhos não possuíam direitos, o casamento era baseado em um conjunto de bens que o marido dava para a família da esposa, o que ficou conhecido como dote, assim, essas uniões eram extremamente politicas e sociais, movidas pelos interesses dos pais das noivas nos bens que poderiam arrecadar. Um outro motivo para o casamento era a miscigenação do sangue, na época viking era muito comum guerras entre tribos, mas quando o sangue se misturava se instaurava a paz, então as famílias costumavam juntar as pessoas de outras tribos para evitar guerras. Esse é um exemplo de casamento nas religiões pagãs, que mostra que esses eram movidos basicamente por interesse, havendo poucos casos de união por sentimentos. A história nos mostra que as mulheres então na maioria das vezes eram obrigadas a se casar, mas também elas podiam manifestar vontades, como por exemplo de ser amante de alguém, se o seu pai aprovasse.

O aspecto do casamento mudou no ano de mil cento e quarenta, quando surgiu o decreto de Graciano, um extenso texto que impõe regras de conduta estabelecidas pela igreja católica, esse decreto passa a colocar como obrigatório o consentimento para a realização do casamento. A partir de então o casamento passou a ser a celebração da união de vontade das partes, mesmo que ainda houvessem casamentos forçados e montados pelos pais. No ano de mil oitocentos e trinta e seis, na Europa, o casamento parou de ser algo somente religioso, havendo a possibilidade de união civil, assim, aqueles que não seguiam o catolicismo podiam se casar de acordo com os seus preceitos. O casamento a partir de então passou a ser também um contrato de partes, com regras, mas sem se esquecer que para a maioria de nós ele representa simplesmente a celebração do amor.

A Celebração do Casamento nos Dias de Hoje

No Brasil, cerca de oitenta e seis por cento da população é católica, sendo assim o tipo de cerimônia mais conhecida aqui é a realizada pelos católicos. Nessa cerimônia há algumas tradições, podendo haver por exemplo um breve discurso realizado pelo padre ou realizador da cerimônia, o discurso dos noivos, e as leituras da bíblia. Mas antes de falar sobre a celebração do casamento católico, vamos conhecer como é a celebração do casamento em outras religiões.

Na religião judaica, ambos os noivos devem ser judeus, eles bebem uma taça de vinho e então a esmagam com o pé, para simbolizar que o casal está rompendo com o passado. Na religião evangélica não necessariamente ambos precisam ser evangélicos, eles podem escolher livremente o discurso, quem irá celebrar e quais músicas irão tocar, geralmente os noivos comem um pedaço de pão e tomam um pouco de vinho, para remeter a ultima ceia de Jesus. Os Hindus fazem um ritual onde a noiva oferece ao futuro marido mel e iogurte, simbolizando pureza e doçura, depois os dois trocam um colares, o pai da noiva então há entrega oficialmente, e os noivos trocam anéis, após se realiza uma purificação do ambiente com óleos e essências.

Na celebração de casamento católico, há uma espécie de roteiro a se seguir. Além de algumas exigências, por exemplo os noivos devem ser batizados e fazer um curso preparatórios (catequese de noivos), onde serão dado a eles algumas palestras e instruções para viver um matrimônio feliz. Será exigido deles também alguns documentos. Os noivos podem escolher as músicas tocadas no casamento, porém deve-se pedir permissão da igreja para suas escolhas, assim como se pode escolher as leituras, geralmente há uma pessoa da igreja que ajuda os noivos a escolherem essas coisas. O Padre irá fazer um entrevista com o casal, onde ele passará a conhece-los um pouco melhor, dessa forma ele fará os comentários do casamento a partir da história que conheceu, porém os noivos também podem pedir para ele citar algo que desejam. Se houver um comentarista da cerimônia, alguém que da as boas vindas e faz alguns comentários durante ela, ele poderá ter um roteiro para seguir.

Para os comentários do casamento você precisa conhecer a história do casal, não há possibilidade de se copiar totalmente um texto, sem depositar um pouco do amor dos dois no que será falado. Os textos abaixo podem ser usados no começo ou final do casamento, assim como no discurso de um dos noivos, introduzindo coisas que remetem ao casal.

“Case-se com alguém que adore te escutar contando algo banal como o preço abusivo dos tomates, ou que entenda quando você precisar filosofar sobre os desamores de Nietzsche. Case-se com alguém que você também adore ouvir. É fácil reconhecer uma voz com quem se deve casar; ela te tranquiliza e ao mesmo tempo te deixa eufórico como em sua infância, quando se ouvia o som do portão abrindo, dos pais finalmente chegando. Observe se não há desespero ou insegurança no silêncio mútuo, assim sendo, case-se. Se aquela pessoa não te faz rir, também não serve para casar. Vai chegar a hora em que tudo o que vocês poderão fazer, é rir de si mesmos. E não há nada mais cruel do que estar em apuros com alguém sem espontaneidade, sem vida nos olhos.Case-se com alguém cheio de defeitos, irritante que seja, mas desconfie dos perfeitinhos que não se despenteiam. Fuja de quem conta pequenas mentiras durante o dia. Observe o caráter, antes de perceber as caspas. Case-se com alguém por quem tenha tesão. Principalmente tesão de vida. Alguém que não lhe peça para melhorar, que não o critique gratuitamente, alguém que simplesmente seja tão gracioso e admirável que impregne em você a vontade de ser melhor e maior, para si mesmo.”

“Case-se com alguém que te aceite exatamente do jeito que você é, alguém que te respeite e te ame mesmo cheio de defeitos, alguém que se mantenha calmo enquanto está estressado e que te escute quando ninguém mais parece ouvi-lo. Escolha alguém que te acompanhe no jogo de futebol e alguém que deixaria o precioso jogo de domingo por um tempo a mais com você.
Escolha um homem que vai acha-la linda quando você acordar com a cara toda amassada e o cabelo todo despenteado e aquela que vai encarar com um sorriso suas crises de mau humor pela manhã. Alguém que evitará que as lágrimas escorram pelo seu rosto mas que quando não puder evita-las que te ofereça o ombro pra você chorar.
Escolha alguém que saiba Sorrir de você, com você e por você. Alguém que depois de te fazer raiva te faça cócegas até você começar a soluçar de tanto rir.
Aquele ou aquela que vai virar criança com você, que vai correr atrás de você no meio da rua, que vai dançar com você sem música, que vai virar palhaço, fazer guerra de travesseiro, bagunçar o seu cabelo mesmo sabendo que você odeia, que vai te fazer cafuné e dizer coisas sem sentido só pra não te ver triste. Alguém que vai ser o seu melhor amigo, que se importa com você e que te incentiva, que torne o seu dia lindo e que te encha de palavras doces, olhares, demonstrações de carinho e que não diga o que você quer ouvir mas o que você precisa.Escolha alguém completamente imperfeito, que não seja a princesa ou príncipe encantado que no final sempre vira sapo, mas que seja tudo o que você precisa para ser feliz de verdade e não só em um conto de fadas qualquer.”

“Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que por admiração se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.”

Soneto de Fidelidade – Vinicius de Moraes

“De tudo ao meu amor serei atento

Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto

Que mesmo em face do maior encanto

Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento

E em seu louvor hei de espalhar meu canto

E rir meu riso e derramar meu pranto

Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure

Quem sabe a morte, angústia de quem vive

Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):

Que não seja imortal, posto que é chama

Mas que seja infinito enquanto dure.”

Sonetos – Luís Vaz de Camões

“Amor é um fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;

É um andar solitário entre a gente;

É nunca contentar-se e contente;

É um cuidar que ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;

É servir a quem vence, o vencedor;

É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor

Nos corações humanos amizade,

Se tão contrário a si é o mesmo Amor?”

Também há alguns textos bíblicos que podem ser usado nesse momento especial do casal, como:

Coríntios 13:4-8

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

Eclesiastes 4:9-12

Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu trabalho. Pois se caírem, um levantará o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois, caindo, não haverá outro que o levante. Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

Colessenses 3:12-14

Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de coração compassivo, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade, suportando-vos e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como o Senhor vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos do amor, que é o vínculo da perfeição.

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Categoria(s) do artigo:
Cerimônias

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