Um dos temas mais controversos para os homens é a infertilidade, durante muito tempo os problemas para a concepção foram vistos como exclusivos das mulheres. No entanto, já faz algum tempo que os médicos descobriram que os homens também podem apresentar problemas que dificultam a reprodução.
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Talvez esse contexto de acreditar que os problemas são majoritariamente femininos seja um dos fatores responsáveis pelo tamanho preconceito em relação aos problemas de fertilidade masculinos. Porém, as estatísticas são bastante reconfortantes uma vez que pesquisas demonstram menos de 15% dos casais que desejam ter filhos tem problemas de infertilidade.
Ajuda Médica
O casal deve procurar por ajuda médica depois de um período de mais de 12 meses tentando engravidar sem ter sucesso. Nesse caso a mulher deve passar por uma avaliação com um ginecologista e o homem por uma avaliação com um urologista. Os médicos devem começar fazendo um levantamento do histórico médico do casal.
É importante que o casal esteja preparado para responder algumas perguntas de foro íntimo, como por exemplo, a regularidade em que o casal mantém relações sexuais. Depois disso o urologista, no caso do homem, irá passar por exames para se possa detectar se existe algum problema como dificuldade de ereção ou para ejacular. O médico irá pedir um espermograma para que possa verificar qual a quantidade e a qualidade dos espermatozóides que são ejaculados.
Problemas na Produção de Esperma
Através do espermograma o médico poderá saber qual é o número de espermatozóides que são produzidos pelo homem no momento em que ele ejacula. Em média um homem tem 20 milhões de espermatozóides por mililitro de esperma e desses pelo menos a metade deve ser móvel, ou seja, deve ter a capacidade de sair da vagina chegando a trompa para que possa encontrar o óvulo.
Contudo, é importante que fique claro que 20 milhões de espermatozóides não é um número definitivo, ou seja, homens que tem menos do que isso podem perfeitamente engravidar uma mulher se ela tiver condições para isso. A complicação aparece nos casos em que o homem produz muito menos do 20 milhões de espermatozóides e a mulher já passou dos 35 anos de idade. A mulher tende a ser menos fértil de maneira que se torna mais difícil que com poucos espermatozóides seja fecundada.
Baixa Produção de Espermatozóides
Uma das principais causas de infertilidade masculina é a baixa produção ou mesmo a produção inadequada de espermatozóides que pode se dar devido a alterações hormonais, infecções, inflamações ou mesmo varicocele. Todos esses problemas quando diagnosticados podem ser devidamente tratados e curados.
Varicocele – Varizes
A chamada varicocele consiste basicamente no aparecimento de varizes no cordão espermático que podem tornar difícil a produção dos espermatozóides. Essas varizes acarretam num aumento de temperatura escrotal e intratesticular o que faz com que a produção de gametas seja alterada. É importante ressaltar que cerca de 60% dos homens que apresentam Varicocele não tem nenhuma dificuldade de fertilidade. Os demais, cerca de 40%, costumam ser inférteis.
Cigarro
O tabagismo é um dos fatores advindos de hábitos de comportamento que podem afetar a fertilidade masculina. Atualmente, em torno de 35% dos homens que estão na faixa etária reprodutiva fumam e isso pode ter uma influência bastante negativa para se conseguir uma gravidez.
O homem que fuma tem uma redução drástica da qualidade do sêmen o que afeta a concentração de espermatozóides, a mobilidade deles e também a sua morfologia. Tudo isso tem um efeito bastante drástico na função espermática bem como muda os seus níveis de hormônios.
Drogas e Álcool
As doenças sexualmente transmissíveis são um perigo tanto para a saúde geral das pessoas como também para a possibilidade de ter filhos. Homens que tem o hábito de fazer sexo sem preservativo com muitas parceiras tem grandes chances de ter alguma doença que leve a infertilidade.
Também podemos citar como um comportamento que dificulta a fertilidade o uso de álcool e drogas como a maconha, por exemplo, que tem uma ação direta sobre os gametas masculinos.
Os Anabolizantes
Os anabolizantes também entram na lista de drogas que prejudicam o bom funcionamento dos testículos o que pode resultar numa produção baixa de espermatozóides que também podem ter baixa capacidade de fecundação. Usar anabolizantes em elevadas doses pode bloquear o funcionamento da hipófise e como consequência acaba reduzindo a produção de espermatozóides nos testículos. Em torno de 20% dos casos tem bloqueio definitivo, ou seja, sem possibilidade de reversão.
Medicamentos
Tem ainda alguns tipos de medicamentos que também podem comprometer a fertilidade masculina como, por exemplo, aqueles usados no tratamento de úlceras, gastrites, hipertensão arterial e nos casos de infecções causadas por fungos. Esses medicamentos podem comprometer a saúde reprodutiva do homem.
Outro medicamento que pode representar um problema é a finasterida que é bastante usado para combater a queda de cabelo e causa a redução do número de espermatozóides em especial nos casos em que já existem outros fatores de risco como varicocele e obesidade. Contudo, nesse caso o efeito colateral é reversível.
Obesidade
Homens que estejam obesos ou com sobrepeso assim como aqueles que fazem dietas muito drásticas e uma grande carga de exercícios físicos também podem ter uma produção baixa de espermatozóides. O estresse também pode representar um grande problema para homens que estejam querendo ter um filho. Esse estresse pode causar problemas como impotência, dificuldades de ejaculação e alterações da qualidade dos espermatozóides.
Tratamento
A coisa mais importante para que o homem possa ser submetido a um tratamento que realmente resolva a questão é ter o diagnóstico feito corretamente, ou seja, o médico deve identificar qual é o real problema do paciente. Várias causas de infertilidade masculina podem ser resolvidas com procedimentos simples como terapia hormonal ou mesmo cirurgias simples.
Contudo, existem algumas situações que são um pouco mais complicadas e nas quais pode ser mais indicado fazer uma inseminação artificial para que se possa conseguir a geração do bebê. Ainda existe a barreira do preço das técnicas de reprodução assistidas que podem ser bem caras quando realizadas em consultórios, porém, existe a possibilidade de fazer o tratamento em centros universitários de maneira a ter um custo menor.
