A gestação é um momento delicado na vida de qualquer mulher. É uma época de muitas responsabilidades que não devem ser burladas de forma alguma para preservar a saúde do bebê. Por causa, disso, muitos acham que as grávidas de plantão devem ficar dentro de casa, assistindo televisão, cozinhando as receitas da Ana Maria Braga e descansando bastante. Os maridos são os primeiros a defender essa tese, mas não é por ai que a banda toca. As grávidas não precisam ser inúteis e ficar trancadas dentro de casa como os seus maridos preferem. Elas podem fazer diversas coisas como por exemplo dirigir e neste artigo nós vamos dar dicas de segurança para aquelas que esperam seus respectivos primogênitos na barriga.
As grávidas podem se aventurar no volante sim! Afinal, porque não? Só por causa da imensa barriga que elas carregam? Não tem problema ! Com algumas dicas de segurança vocês, grávidas, podem dirigir sem preocupação alguma. Vamos dar uma conferida em algumas delas?
Dicas de Segurança ao Volante
O site “Carro de Garagem” preparou algumas dicas de segurança que são infalíveis para as grávidas, ainda que elas sejam aquelas de longa viagem, com a família já grande!
- Cinto de segurança: A compressão do cinto pode gerar desconforto para a mãe,, mas não gera prejuízos ao bebê. Deve continuar sendo usado mesmo com a barriga muito grande, pois é ele que evitará choques com o volante diante de uma freada. O cinto de segurança para grávidas deve ser o de três pontas, a faixa diagonal deve passar pelo ombro e entre os seios e a faixa horizontal deve ficar bem abaixo do útero.
- Posição da poltrona: Em primeiro lugar, deve estar confortável para a mulher, sendo que o conforto geralmente ocorre quando a lombar fica a mais reta possível, formando um ângulo de 90 graus com as coxas. A poltrona deve ser afastada do volante para haver espaço para esticar as pernas e evitar choques com a barriga. O volante deve estar a pelo menos 15 cm de distância do abdômen.
- Tempo ao volante: A grávida não deve ficar muito tempo ao volante para evitar hipoglicemia, estresse, inchaço das pernas e dificuldade de retorno venoso. O máximo permitido são duas horas ao volante, e mesmo assim com paradas para alongamento e movimentação.
- Velocidade de direção: A velocidade deve ser reduzida, no máximo a 60 km/h para evitar a todo custo colisões, freadas bruscas e buracos. O comportamento no volante deve ser defensivo e alerta, evitando condições meteorológicas desfavoráveis e horários em que o trânsito fica engarrafado. Evitar o estresse é algo muito importante neste período.
A Voz da Especialidade
Nada melhor do que um profissional com diploma para orientar as nossas frágeis grávidas. Com a palavra, Flávio Emir Adura, presidente da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet): “O Código de Trânsito Brasileiro não proíbe a grávida de dirigir, entretanto ela precisa entender que há riscos. Sobretudo no primeiro trimestre de gravidez, quando os enjôos e as tonturas são muito frequentes. Mas com a vida corrida, a responsabilidade de pegar os filhos na escola, dirigir pode ser uma necessidade”. Flávio defende a tese de que as grávidas não devem se arriscar ao volante. Elas só devem fazer isso em caso de extrema necessidade.
O ginecologista Márcio Coslovsky também deu a sua opinião sobre o assunto: “Teoricamente as grávidas que não apresentam nenhum problema durante a gestação podem dirigir até o nono mês de gestação. No entanto, após o sétimo mês, a prática começa a ficar complicada já que a barriga está muito grande, a posição do cinto atrapalha e as pernas incham”. O especialista também defende a tese de que as grávidas devem repousar em casa e que a direção pode ser um pouco desconfortável para elas e para o bebê.
Flávio Emir ainda insiste em suas recomendações: “Pequenas freadas podem causar ruptura do útero, hemorragia e até parto prematuro”. E quando se fala no nono mês de gestação, ele não deixa duvida sobre a sua opinião: “O risco é altíssimo!”
O ginecologista e obstetra Ângelo Di Fraia Filho aconselha: “Aconselho minhas pacientes a dirigir, no máximo, até o oitavo mês. Mas o cuidado precisa ser redobrado. A grávida se preocupa em tempo integral com o bebê. Quando dirige, não se foca 100% no trânsito. Daí a necessidade de mais atenção”.
O obstetra Hamilton Julio insiste no risco da direção para as nossas grávidas e ainda reforça a opinião dos nossos outros especialistas: “O que existe são restrições para algumas situações que podem ser provocadas pela direção, como o estresse – que pode induzir contrações precoces”. Ele coloca o estresse no transito como principal fator de risco. “Nos últimos meses da gestação a mulher pode sentir um desconforto por causa do volume da barriga.
Isso pode gerar dores na coluna e dificultar a direção e, nesses casos, a recomendação é de que não se dirija. Mas tudo deve ser conversado e avaliado com o médico que acompanha a gestação. Em uma eventual batida, normalmente, o maior impacto é sofrido pela parte frontal do carro. Estando no banco traseiro, o impacto sofrido é atenuado. O uso do cinto de segurança é mais difícil quando a barriga está muito grande, mas em nenhum momento ele aperta o bebê” afirma o profissional.
Mais Recomendações para Elas
A Associação Brasileira de Empresas do Setor de Trânsito (Abetrans) tem uma boa lista com todas as recomendações possíveis para as grávidas não correrem risco no transito durante a gestação: Confira as principais:
– Nunca use o cinto com folga excessiva ou de forma que comprima a barriga.
– Nunca coloque toalhas ou almofadas entre o cinto e o corpo.
– Nunca passe a faixa diagonal sob o braço ou a axila.
– Nunca sente sobre a faixa subabdominal para utilizar somente a diagonal.
– Sempre use o cinto de segurança de maneira que a faixa subabdominal seja posicionada o mais baixo possível, na parte superior das coxas e ao longo dos quadris.
Vídeo
Para mais informações, assista o vídeo abaixo:
[youtube]http://www.youtube.com/watch?v=k0ozRs3d6t8[/youtube]
Escrito por Jéssica Monteiro da Silva