Se existe resposta para essas perguntas, posso dizer que é o desafio de lidar com as diferenças! Nem todas as pessoas têm paciência e maturidade para entender que ninguém é igual a ninguém.
Quando se está envolvido (a) com alguém, existem duas opções: escolher aceitar as diferenças existentes ou colocar um ponto final, pois não vai saber lidar com isso. A maioria das brigas são causadas por falta de entendimento, uma boa conversa e doses de tolerância.
Quem é que não briga com pais, mães, irmãos, primos (as) etc? Mesmo tendo a mesma criação e desde criança conviver com eles (as), é impossível não haver diferenças. Isso acontece por um simples motivo: não exitem pessoas iguais no mundo.
Muitas pessoas passam pelo mesmo processo: conhecem alguém especial, se apaixonam profundamente, se entregam, começam as brigas, o relacionamento acaba e a pergunta que fica é: “Por que nunca consigo um relacionamento saudável?”
Isso acontece porque aceitar que nós temos defeitos, que erramos e o pior, que o ser amado não é perfeito é horrível, dói muito e preferimos aceitar que o outro não foi feito para nós. Não existe relacionamento sem diferenças. E esse é o grande desafio. Se superar isso, seu relacionamento será um sucesso. Imagine a seguinte situação:
Ele mora sozinho, longe dos pais há muito tempo, é independente e não gosta de ser cobrado por horários, nem por onde se encontra.
Ela mora com os pais, não sabe o que é respeitar o espaço do outro, super mimada, dependente de atenção e foi criada tendo que dar satisfação dos seus passos. Agora imagine essas duas pessoas juntas. Conseguiu? É muito difícil né? Por quê? Vamos lá…
Ela vai controlar os horários dele, vai pedir atenção o tempo todo, vai cobrá-lo de gestos de amor e não sabe entender que ele precisa de espaço. Na primeira vez ele vai tentar explicar, na segunda começa a ficar furioso e na terceira desliga o celular na cara dela. Ela liga para as amigas aos prantos, dizendo que tudo acabou, que ele não é romântico, nem gentil e que é incapaz de entendê-la. Mas como se amam, ficam juntos. O tempo passa e juntos aprendem as necessidades de cada um. Ele procura ser mais atencioso e dar satisfação do que vai fazer; ela passa a aceitar essa forma de amor.
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Depois de dois anos e meio juntos, e aceitando cada vez mais as diferenças, se casam. Quem viu esse casal no início achou que seria impossível isso acontecer, tantas brigas, desgastes… mas eles queriam estar juntos e sabiam que para isso os dois precisariam ceder e aprender.
E você? O que está esperando para parar de brigar por besteira e entender que seu(sua) parceiro(a) nunca será 100% o que sonhou, mas o que ele(a) pode ser é o suficiente para te fazer o(a) homem(mulher) mais feliz do seu mundo.
Não perca tempo, nem desgaste sua relação por besteiras. Converse sobre as diferenças e veja quem pode ceder em cada situação. Nem sempre será o outro, às vezes você terá que ceder. Mas quer saber? Vale muito a pena!!
Até Que Ponto Vale Ceder?
Para ter harmonia na vida a dois é essencial ser flexível. Mas não é por isso que você precisa realizar todas as vontades do seu parceiro.
Segundo a psicóloga especialista em medicina comportamental, Junia Ferreira, a mulher tem que ceder até o ponto em que não sinta a sua auto-estima lesada. ”Realizar as vontades do outro não pode provocar mágoas”, explica.
O segredo está em estabelecer prioridades. “Se for irrelevante para a mulher fazer algo que ela nem queira tanto, não há problemas. O perigo é acumular raivas”, afirma Junia.
De acordo com a terapeuta de casais Claudya Toledo, uma atitude que deve ser evitada é a guerra no estilo “olho por olho, dente por dente”. Se a mulher faz algo para agradar ao outro, não deve realizar como obrigação, pensando em vinganças do tipo: “vou esperar para dar o troco”.
Ceder as preferências do parceiro pode, inclusive, se tornar uma doença. “O companheiro passa a querer moldar a personalidade do outro e isso gera muita insegurança”, explica Claudya Toledo.
“A mulher que cede as vontades do parceiro começa a acreditar que se for ela mesma não irá agradar ao outro, ou seja, ela passa a esconder sua personalidade”, diz a terapeuta.
Por outro lado, o “mandão” também se revela inseguro. “Se a companheira dele sai de casa bonita, o homem vai se sentir incomodado, pois não tem auto-estima e confiança”, completa.
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Flexibilidade Feminina
“A mulher é mais flexível, tanto que isso é representado no próprio corpo”, destaca a terapeuta de casais.
Segundo Claudya, quem entende mais a relação é a mulher, por isso deve partir dela a busca por um entendimento.
“Os homens estão melhorando, mas ainda não têm o mesmo know how que nós quando o assunto é relacionamento”, afirma.
“Durante a paixão só vemos coisas boas no companheiro. Já o amor é conviver e saber relevar o lado negativo do outro, sem que isso seja um problema”, explica Junia Ferreira.
Portanto, de acordo com as especialistas, o ideal não é ceder, e sim ter flexibilidade.
“Há sempre uma forma de ser feliz no casamento”, diz o psicólogo John Gottman, da Universidade de Washington. Há duas décadas ele estuda o relacionamento amoroso e fundou um instituto que faz pesquisas e dá workshops para casais e famílias. Gottman acredita que os problemas do casamento são bolas de neve que crescem com enorme velocidade. “As coisas não vão agradar nem a um nem ao outro totalmente, o tempo todo”, diz a terapeuta de casais Lana Harari, de São Paulo. “O aprendizado é entender que isso não é ruim. Quem decide viver sob o mesmo teto precisa saber que a regra número um do casamento é ceder.”
ÉPOCA ouviu especialistas para entender em que atitudes os casais costumam errar, sabotando os próprios sentimentos e a relação a dois. Para cada erro, existe o caminho do acerto. “Vale a pena investir. Todas as pessoas necessitam de intimidade, segurança e amizade. E o casamento pode ser tudo isso”, diz Mirian Goldenberg, antropóloga da UFRJ e estudiosa dos relacionamentos afetivos. A seguir, sete erros e seus possíveis consertos.