Relacionamentos começam simples, pois sem compromissos, cobranças e satisfações é muito mais fácil apaixonar-se por alguém. Mas depois da paixão, a história segue seu curso natural, ou termina ou acaba em coisa mais séria. Antigamente, essa coisa mais séria era obrigatoriamente um casamento. Hoje, há um vasto espaço para esta discussão.
Muitas pessoas consideram o casamento uma “instituição falida”. Isto porque o divórcio se tornou uma atitude comum. Não é raro vermos casamentos, que deveriam durar a vida inteira, terminarem em poucos anos (ou até meses). As pessoas tornaram-se mais individualistas e intolerantes, fazendo com que o relacionamento duradouro seja cada vez mais raro.
Morar juntos, por outro lado, também é uma espécie de casamento. Engana-se quem pensa que, por não haver documentos, o laço é menor ou menos significativo. Mesmo sem assumir oficialmente, o casal assume responsabilidades e, principalmente, uma vida em comum. As dificuldades, em ambos os casos, são muito similares.
A própria lei regulamenta a situação. A partir de 1996, o que antes poderia ser chamado de “juntar os trapos”, recebeu o nome legal de união estável, caracterizada pela “convivência duradoura, pública e contínua, de um homem e uma mulher, estabelecida com objetivo de constituição de família”.
Os direitos dos envolvidos na relação, neste caso, são praticamente os mesmos de casais que oficializaram o casório com uma união civil. Ou seja, todos os bens adquiridos a partir da união estável são do casal. Já os bens adquiridos anteriormente continuam a pertencer a cada um deles, de maneira individual.
As principais diferenças entre casar e morar juntos, atualmente, parece estar no psicológico dos envolvidos. Muitas pessoas sentem-se menos seguras em uma relação estável do que em um casamento propriamente dito. Outras fazem deste período uma espécie de teste, para depois assumir, com mais segurança, um compromisso que, teoricamente, é para toda a vida.
A sociedade em si valoriza mais o casamento do que a união estável, principalmente os mais conservadores. Por esta razão é muito comum que, na chegada dos filhos, o casal opte por casar e formalizar a situação.
Seja qual for sua decisão, saiba que os desafios serão basicamente os mesmos. A rotina, a convivência e o desgaste da relação estão presentes em ambos os casos e podem impedir que a relação caminhe.
Nesta hora, o melhor é ter uma conversa sincera com o cônjuge e expor sonhos e planos a longo prazo. Somente se os dois caminharem na mesma direção será possível que esta relação dure por toda a vida, com ou sem papel assinado.