Marcha Nupcial Gaita

Embora menos comum, algumas noivas, querendo fugir do tradicional mas, ao mesmo tempo, mantendo a famosa marcha nupcial, escolhem como instrumento principal para tocar na sua entrada uma gaita. A marcha nupcial, então, ganha toda uma leveza e delicadeza desse instrumento.

É uma proposta bem interessante e dá um toque todo especial para a cerimônia. A marcha fica bem interessante.

Um Pouco de História 

Você conhece a história da gaita de boca?

Esse instrumento é conhecido por vários nomes, como gaita de sopro, gaita de beiços, ou realejo, para quem vive no nordeste. Independente do nome, ela é sim um belo instrumento. 

As suas palhetas livres, que é o conceito básico da gaita, vem de uma arte milenar. Cerca de 5.000 anos atrás. A gaita de boca é originária de um instrumento chinês muito antigo, chamado sheng, que existiu bem no início, quando a técnica de palheta livres começou a ser desenvolvida. Essa técnica também deu origem a uma enorme família de instrumentos, relacionados à bombas de ar e por foles. Por exemplo a melódica e o acordeão.

Em órgãos, normalmente certos tubos serem flautados. Já outros, usam palhetas livres. Eles servem para produzir sons que apresentam timbres diferentes.

No entanto, a gaita foi criada na Alemanha, e não na China, como pode-se pensar. No ano de 1821, em Berlin, Friedrick Bushman inventou a AURA, aos 16 anos de idade. O objetivo era criar como a corrente de ar influenciava no som. O seu instrumento era, basicamente, um conjunto com 15 diapasões, conectadas em uma armação feita em meta, e era todas notas sopradas.

Após alguns anos, o designer da AURA passou por melhorias. Richter, que era produtor de instrumentos em Bohemia, realizou algumas modificações no instrumento. Após as modificações, a gaita passou a ser como a conhecemos hoje. O que ele fez foi produzir uma estrutura formada por vinte notas, tudo dentro de 10 orifícios. Onde haviam 10 notas sopradas e 10 mais 10 notas aspiradas.

No ano de 1827, Christian Messner, na cidade de Trossing (Alemanha), que trabalhava como relojoeiro, começou a produzir harmônicas como uma alternativa de linha opcional. Em pouco tempo, muitos outros relojoeiros, até mesmo parentes de Messner, também começaram a produzir harmônicas como uma forma opcional de negócio.

Nessa mesma cidade, Mattias Hohner, de 24 anos, que também era relojoeiro, decidiu tornar a produção de harmônicas como o seu principal negócio. Já no primeiro ano, ele produzir 650 unidades de gaitas. O diferencial de Hohner para os demais fabricantes era a sua visão para o negócio. Os seus instrumentos tinham uma excelente qualidade e ele ainda investia muito no marketing. Todas as gaitas que produzia vinham com a sua marca estampada.

Mattias Hohner

A partir do ano de 1888, as suas gaitas começaram a ser enviadas para os Estados Unidos, onde foram amplamente comercializadas. Além de baratas, elas também eram pequenas e bem fáceis de tocar.

Mesmo nos dias de hoje, as gaitas Hohner são as mais influentes no mercado. Ao todo, já foram produzidos mais de 1500 modelos diferentes.

O modelo mais caro foi produzido exclusivamente para o papa Pio XI. O modelo contava com todas as peças de metal, exceto as suas palhetas, que eram feitas em ouro maciço. 

Já um outro modelo bem interessante venho com um cordão, que os africanos usavam para pendurar no pescoço, já que eles não usavam bolsos.

A gaita ficou muito popularizada na Europa, onde era muito usada na música folclórica. Várias bandas e orquestras especializadas nesse instrumento surgiram no país. Já nos Estados Unidos, a gaita era muito usada nas canções country. Após o surgimento do blues, que se deu no início do século XX, o instrumento chegou ao auge. A partir de então, ela conseguiu garantir a sua participação em mais gêneros musicais, como folk music, o jazz, na música clássica e no rock and roll.

A Gaita no Brasil

Já aqui no Brasil, a gaita começou a se popularizar a partir de 1923, qjuando Alfred Hering, imigrante alemão, fundou a Alfred Hering, empresa de gaitas, em Blumenau, em Santa Catarina. Ele, então passou a fabricar as Harmônicas Hering.

Depois que Hering faleceu, em meados de 1960, a sua empresa foi vendida para M. Hohner Company. Com isso, novas tecnologias foram trazidas da Alemanha para o Brasil, para aumentar a qualidade dos instrumentos. No ano de 1979, a Hering foi vendida para um grupo de brasileiros. E a M. Hohner foi embora do Brasil.

Atualmente, como o instrumento já está bem popularizado, já é possível encontrar muitos fabricantes ao redor do mundo, como a própria Hering e Bends, a Suzuki, a Lee Oskar e a Hohner e Seydel.