Violência em Casa: Como Reagir

Quando começamos a namorar com alguém pelo qual estamos apaixonado, procuramos ver apenas as coisas boas daquela pessoa. O problema é que nessa de ver apenas o lado bom das coisas acabamos deixando de lado defeitos que precisam ser observados antes que as coisas fiquem bem sérias. Algumas mulheres chegam a se casar com seus namorados sem saber que os mesmos são violentos, por eles não demonstrarem ou por não terem observado isso antes.

A Violência Doméstica

Com o convívio diário, muitas mulheres acabam sendo violentadas por seus companheiros, sejam eles maridos ou apenas namorados. Mas não falamos da violência sexual e sim da física. A maioria das mulheres não denuncia o seu companheiro por gostar muito dele ou por alguma dependência, seja financeira, física, ou por medo.

Chega de esconder as marcas do corpo, da mente e ocultar as cenas de violência das quais você é a personagem principal. Não há justificativa para aceitar ser machucado física ou moralmente, principalmente se for uma pessoa a qual se convive sob o mesmo teto, alguém que diz te amar.

O amor que une as pessoas não é capaz de transformar-se em força bruta e machucar alguém, por isso não se deixe enganar pelas impressões, a violência não pode ser aceita. Reaja!

Não é de hoje os inúmeros registros de violência doméstica: são crianças torturadas pelos pais e padrastos, idosos torturados por filhos e até mesmo pelos cuidadores e, liderando as estatísticas, as mulheres maltratadas e muitas vezes até assassinadas por seus cônjuges. E é fato que é sempre o mais “forte” é que tortura o indefeso, por saber que ele irá silenciar por questões de medo, respeito e até amor. Mas é preciso sair dessa situação, e antes de tudo, saiba que não há ninguém melhor do que você mesmo para te ajudar a sair dessa situação deplorável de submissão que está vivendo.

Como Reagir

O principal medo das pessoas em reagir, é acreditar nas ameaças do agressor, que a situação irá piorar ainda mais caso isso aconteça. Outro fator é também a descrença para com a justiça. Desse modo, as mulheres se sujeitam ao silêncio e à constante freqüência dessas situações. Mas saiba que se calando a situação tende a piorar mais do que aceitando, então escolha a alternativa mais lógica, que é a de pedir ajuda.

Atualmente, devido à crescente freqüência de casos de violência familiar, existem órgãos e leis de assistência social que se dedicam exclusivamente a cuidar desses casos, protegendo a vítima e cobrando justiça. Como o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, a Lei Maria da Penha, entre outras.

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Saiba então fazer uso desses recursos e dessas proteções, e quando os primeiros sinais de violência nascerem, sejam eles físicos ou morais, tente uma conversa pacífica com o agressor, mas jamais tenha como resposta a própria violência, muito menos a submissão.

Se o caso persistir, se agravar ou ainda se na primeira vez ele já for preocupante, não perca tempo e busque urgentemente pela a ajuda de um familiar ou amigo para dividir sua angústia, isso não amenizará sua dor, mas te dará um pouco de segurança para cumprir os próximos passos que são:

Denúncia: Você deverá ligar para um número de assistência, o  180 é o número da central telefônica  criada pela Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) em benefício de atendimento às vítimas de violência. É um serviço brasileiro gratuito que funciona sem nenhum intervalo e serve que as mulheres denunciem seus agressores. Por telefone os atendentes orientam onde e como deve-se buscar o apoio necessário, explicando detalhadamente os próximos passos que devem ser tomados.

Outro numero útil é o 100, da Central de Direitos Humanos. O Disque 100 tem a mesma lógica de funcionamento, inclusive em feriados. Desse modo as vitimas ou testemunhas podem ligar, anonimamente se preferirem, denunciando violações aos direitos de crianças, adolescentes, idosos, portadores de deficiências físicas e de grupos em situação de risco. Também por esse mesmo número é possível obter informações sobre como proceder diante da violência. O órgão encaminhará a denúncia e constatará junto a outros órgãos a veracidade, e tomará providências.

A denúncia também pode ser presencial, onde sem muita perca de tempo, e depois de certificar-se de que não está sendo vigiada ou seguida você deverá ir acompanhada pelo seu confidente a uma delegacia especializada, onde deve prestar queixa sobre o fato acontecido, realizando um B.O. (boletim de ocorrência). Faça isso sem dar nenhuma ciência ao agressor, para que ele não lhe impeça da pior maneira que há: com mais violência.

Chegando lá, antes de mais nada, peça e cobre às autoridades acompanhamento para que isso te dê segurança de que dali pra frente você não estará só, e que o fato não tornará a acontecer com você, sem que as autoridades intervenham.

Prossiga contando tudo que houver/estiver acontecendo, os detalhes das cenas e marcas da violência não podem ser ocultados. Pois o registro do que você relatou somado ao resultado do exame de corpo e delito serão fortes provas contra o agressor. E caso você oculte, a rapidez do processo será comprometida.

Esse exame de corpo e delito tem como objetivo detectar lesões causadas por qualquer ato ilegal ou criminoso, sendo então outro motivo para você não demorar a comparecer à delegacia, para que os hematomas não desapareçam.

Isolamento: Dependendo da gravidade da situação e das estimativas, você pode ou não ser orientada a voltar para casa. Enquanto o acusado será intimado a prestar esclarecimentos.

Quando essa orientação não acontecer, eles certamente recomendarão que por medida de segurança você passe a morar com pessoas de confiança até que esteja fora de risco de vida.

Mas caso você seja orientado a voltar para casa, não aja como se estivesse com medo do que possa a vir acontecer. Por mais forte que esse seja esse seu sentimento, tente demonstrar para seu agressor confiança na justiça, e que você está segura de que se algo lhe acontecer ele será punido.

A verdade é que denunciar alguém em quem até pouco tempo atrás confiávamos, dependíamos, ou amávamos é realmente uma árdua decisão. Mas infelizmente as situações de violência sexual, física e psicológica nos levam a agir dessa forma para que possamos resguardar nossos direitos. Caso contrário, nosso silêncio é um forte estímulo para que a violência doméstica continue a acontecer e os responsáveis não sejam castigados.

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