Namoro Entre Pessoas de Classes Sociais Diferentes

Ah, a velha história entre Romeu e Julieta. Duas famílias que não se aceitavam e um casal apaixonado no meio de tantas brigas. Atualmente, a mesma acontece em pleno século XXI: Um casal que insiste em namorar mesmo sendo de classes sociais diferentes. Se você bem se lembram, foi o que aconteceu na obra de James Cameron, quando o mesmo resolveu criar a história de amor mais dramática do mundo do cinema: Jack e Rose eram de classes sociais distintas, mas caíram de amores um pelo outro em uma viagem oceânica sem volta dentro do indestrutível “Titanic”. As famílias brigaram, mas a relação era mais forte do que o dinheiro que um tinha e o outro ainda nem sabia o que era. O que fazer para colocar o coração na frente do dinheiro?

Namoro

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Jack e Rose da Vida Real

Na Tv globo, a nova noela levanta muito essa questão de um Jack e uma Rose da vida real mas que são mostrados na ficção. Os nomes Théo e Morena lhe soam familiar? São os amantes de classes sociais diferentes que se apaixonaram perdidamente durante a trama. Théo é um capitão do exército que vive uma vida tranquila ao lado da mãe. De repente, ele conhece Morena, moradora de da comunidade do Alemão e que ainda por cima tem um filho, fruto de um relacionamento que a gata teve com o piro bandido da favela no passado. Pronto, foi o estopim para uma série de polêmicas de cunho social e que levantou muitas preconceitos ainda enraizados na sociedade e que muitos ainda desconheciam.

“No Brasil, as pesquisas mostram que há uma endogamia de classe, ou seja, não é uma lei –como ocorre entre as castas indianas, em que era proibido casar noutra casta, mas há uma tendência geral de que as pessoas se casem dentro da mesma classe social. É como se fosse uma regra, nem sempre explicitada, mas que é notada em estatísticas”, explica a antropóloga Heloisa Buarque de Almeida, professora da USP.

Preconceitos

Quando se sai dos padrões de qualquer coisa dita como verdade absoluta pela sociedade, os preconceitos aparecem logo para nos apontar seus longos dedinhos. Quando há a relação afetiva entre classes sociais diferentes, isso é considerado totalmente fora dos padrões que existiam a anos atrás, onde um casal tinha que partilhar da mesma condição ecnomica para se relacionar: “”Se os preconceitos desse tipo existem, é porque ainda há uma dificuldade dos indivíduos em pensar a diversidade. Em grande parte dos casos, a diferença, infelizmente, ainda é sentida como ameaçadora, porque fere a identidade cultural de um grupo perante o outro”, explica Rosana Schwartz, uma historiadora e socióloga especialista em gênero, professora da PUC-SP”.

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Os Primeiros Desafios

Além de ter que enfrentar uma sociedade extremamente preconceituosa, o casal apaixonado tem mais um dragão para matar e empunhar a espada: A família. Esses são os principais causadores de tanta discórdia e principalmente, torcem para que tudo dê errado entre os amantes. No caso da trama ” Salve Jorge”, Morena tem que bater de frente com a sogra, que não aceita o fato de que a personagem de Nana Costa tenha um filho solteira e que ainda por cima seja uma “favelada”: “O principal cuidado é compreender e aceitar a cultura do outro, não comparar ou julgar. Não impor seus valores nem entendê-los como sendo os únicos corretos.  preciso valorizar o gosto e as práticas cotidianas do indivíduo que não vem de uma família abastada financeiramente e, principalmente, não colocá-lo em situações constrangedoras”, diz Rosana

Condutas Diferentes

As vezes, nem sempre um dos amantes vai se comportar da mesma maneira que o outro. Afinal, os dois vivem realidades diferentes: “O cônjuge não pode esperar que o parceiro advindo de meios mais modestos tenha os mesmos padrões de conduta do grupo a que ele pertence”, explica a socióloga Carolina Pulici, professora da Unifesp. Nessas horas, a compreensão e o amor devem falar mais alto: “Se essas duas pessoas de classes sociais diferentes estão dispostas a perpetuar seus valores originais, relacionados à criação que receberam, dificilmente a relação sobreviverá. É preciso que ambos estejam abertos a construir novos valores, encontrando e valorizando os pontos em que há consenso”.

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Pressão de Todos os Lados

Como se já não bastasse a família, ainda existem os amigos que não aceitam as diferenças de classes para uma relação mais séria. Por isso, o casal deve conversar sempre e não abrir mão de algo e ir na onda de pensamentos alheios: “O diálogo é sempre a melhor forma de neutralizar essas influências. Primeiro, o diálogo entre o casal e, depois, com as famílias e os amigos. O fundamental é que o casal procure fazer com que os outros entendam que as diversidades culturais não inviabilizam os projetos do casal”, diz Rosana. Quando a pressão começa a vir de todos os lados, é ideal preservar o seu parceiro também, como uma forma para salvar o amor que existe e é a prova de todas as balas: “É sempre bom fazer tentativas de aproximação do cônjuge com a família. Porém, se elas não derem em nada, não há porque expor o seu parceiro a violências que você sabe que não terão fim. Isso vale para os dois, afinal, ambos os grupos podem hostilizar o outro por ser diferente, seja ele rico ou pobre.”.

Dificuldades

Dificuldades

Muitos especialistas defendem a tese de que o parceiro deva parara de frequentar festas de família e talvez, de amigos também para a preservação do relacionamento: “Isso evita uma série de conflitos que podem ir desgastando o relacionamento aos poucos”diz a socióloga Daniela.

Desconstrução de Preconceitos

O melhor que se tem a fazer é vencer os preconceitos de classes ainda dominantes: “Em outras palavras, é tratar o outro com respeito e, fundamentalmente, com amor” explica Rosana.

No final de tudo, o sentimento é o que importa e a felicidade de um casal apaixonado. Não deixe que um Titanic e um iceberg imenso atrapalhem a sua chance de ser feliz!

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