Discutir a Relação Ajuda ou Piora?

Quando alguém está com um problema com o parceiro e pergunta a um amigo o que deve fazer em 99,9% dos casos esse amigo diz: “converse com fulano(a)”. Como já dizem os sábios se conselho fosse bom as pessoas não davam, vendiam. Sendo assim será que realmente vale a pena discutir a relação em busca de melhoras no relacionamento?

Para se ter uma ideia de como essa pergunta tem afligido as pessoas de todo o mundo já tem universidades e cientistas dedicados a descobrir se discutir a relação realmente faz bem para o casal. Uma pesquisa da Universidade do Estado de Ohio concluiu que esse tipo de discussão não impacta em mudanças palpáveis na vida de grande parte dos casais.

O Papel da DR

Os resultados de pesquisas e cientistas não estão tentando dizer que é ruim conversar sobre a relação, mas sim que as pessoas entendem errado o papel das DRs. Para avaliar se um casal é realmente feliz não se deve observar o quanto discutem ou sobre o que discutem. Uma discussão ou mesmo uma briga não vai servir como a solução para o problema, mas sim para indicar que existe um problema.

O Que Importa é o Fim de Uma Conversa

Para início de conversa não importa como uma conversa começa e sim como ela termina. Os especialistas que analisam casais dizem que as discussões não podem ser vistas como uma pimenta para a relação. Além disso, é possível identificar se uma discussão vai ajudar ou atrapalhar o casal já nos seus primeiros três minutos.

Numa pesquisa realizada por psicólogos se percebeu que as discussões que começavam de maneira mais tranquila e calma o final mais produtivo. Iniciar já acusando o parceiro e sendo duro com ele não é a melhor forma de resolver a questão. Vale ainda ressaltar que a forma como a pessoa se mantém durante a discussão influencia se essa discussão será produtiva ou ruim para a relação. Manter os braços cruzados, virar os olhos e demonstrar desinteresse pelo o que o outro fala é uma maneira de sabotar a relação.

Como Você Vê a Relação

Tente ficar atento a forma como você fala da sua relação para as outras pessoas. Por exemplo, pessoas que usam mais os pronomes “nós” e “nossos” tendem a ter a uma vida mais feliz. Já quem fala da relação usando “eu”, “você”, “meu” e “seu” mostra que existe uma cisão entre a sua vida e a vida do casal, falta uma conexão mais profunda com o parceiro.

Também tente perceber o quanto a palavra “você” aparece nas discussões do casal, pois isso indica que um culpa o outro pela situação acreditando que grande parte da “culpa” das brigas é do parceiro e não sua.

Homem Não Gosta de DR

Claro que não podemos ser categóricos há que se reconhecer que existem algumas exceções, mas em geral os homens não gostam de discutir a relação porque tem medo de expor os seus sentimentos ou mesmo porque tem incutido em si a ideia de que isso não dará nenhum resultado.

Para grande parte dos homens a DR apenas serve para aumentar o tamanho dos problemas e não contribui em nada para resolvê-los. Há ainda uma possibilidade aventada por alguns especialistas que diz que os homens não gostam de DRs porque demoram mais tempo do que as mulheres para se recuperar das mesmas.

Hierarquia

Como já dissemos não se pode generalizar dizendo que mulheres adoram DRs e homens fogem delas. Na verdade o que alguns psicólogos propõem é que a parte do casal de onde parte a DR e a aquela que faz de conta que não está entendendo é estabelecida pela hierarquia estabelecida pelo casal.

Nos estudos realizados com casais hetero e homossexuais se percebeu que sempre existia uma parte que pedia a DR e outra que se esquivava. Geralmente aquele que resistia era o que tinha menor poder na relação. Trata-se quase de uma lógica da natureza, ou seja, o mais forte sempre sai com menos prejuízos de um embate. Essa posição dominante pode se estabelecer pelo fato de quem tem mais poder aquisitivo, mais amigos, mais idade ou mesmo que é mais independente do parceiro.

Funciona?

Agora que entendemos que a DR funciona mais como diagnóstico do que como solução e que é necessário se estabelecer um tom agradável para que os dois possam conversar vamos analisar a real eficácia desse método. Para começar jamais se deve ter uma DR com o objetivo de mudar o parceiro, isso nunca funciona e somente desgasta a relação.

Não mostra nenhum resultado positivo tentar mudar o outro sendo agressivo ou deixando a outra pessoa culpada acreditando que precisa mudar tudo sozinha. O que funciona numa DR é os dois se empenharem numa mudança positiva para ambos. Além disso, na hora de dizer ao parceiro o que deseja que ele mude seja engraçado, faça uma piada. É importante ainda que a vontade e a necessidade de ter a discussão seja de ambos, pois não funciona quando apenas um dos lados está insatisfeito e deseja conversar.

Quem é Você?

Uma coisa interessante de observar é que os casais que tem um melhor relacionamento não são aqueles que mais conversam, mas sim aqueles que têm uma necessidade semelhante de conversar. Existem três formas de as pessoas estabelecerem uma relação de intimidade.

Os seguros que estão sempre confortáveis em relação a intimidade e não ficam pensando muito sobre o que está acontecendo; os inseguros que estão sempre pensando que existe um problema e tem a ansiedade de saber se o outro ainda o ama e os que são esquivos, ou seja, que evitam se aproximar demais.

Claro que uma pessoa pode ser uma combinação dessas definições e não 100% apenas uma. Uma forma de conseguir chegar a felicidade é encontrar uma pessoa que seja parecida ou então complementar a você. Por exemplo, duas pessoas inseguras podem ser felizes juntas discutindo sempre a relação enquanto dois esquivos podem se dar bem mesmo tendo segredos. O grande problema aparece mesmo quando um inseguro se une a um esquivo já que o primeiro precisa discutir e o segundo só quer preservar a sua individualidade.

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Categoria(s) do artigo:
Vida a dois

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