Filhos são como se fosse um curso intensivo de aprendizado, que dura uma vida inteira. E, ao contrário dos cursos escolares, os filhos não têm matéria certa e nem professor que nos ensine o melhor caminho para criá-los, acabamos aprendendo, acertando e errando no dia a dia.
Os pais sempre procuram o melhor para seus filhos, ainda que esse “melhor” não seja algo único e expresso num livro ou numa lei. A melhor forma de educar e ensinar o caminho certo para um filho não está descrita em livros, mas se aprende com a vida, já que cada filho é um e interpreta as situações de sua forma pessoal.
Essa individualidade acaba sendo um grande obstáculo na educação, pois os pais acabam tendo conflitos pessoais, já que ensinaram um filho de um jeito e o outro não aprende da mesma maneira que o anterior. Nesse quesito talvez devêssemos levar em consideração os dedos das mãos, pois apesar de estarem juntos, também não são iguais.
A Individualidade e a Rebeldia
Nenhum filho se permite ser educado ou tratado da mesma forma que o irmão, pois quer certa individualidade no tratamento, algo como um tratamento VIP. As pessoas têm necessidade de serem individuais, de se sentirem importantes e únicas, os filhos também são assim. Não há como se comparar um filho com o outro ou com o sobrinho, o vizinho, o amigo, já que não passaram pelas mesmas experiências, frustrações e conquistas. São elas que nos transformam para o bem e para o mal todos os dias.
A individualização exacerbada e o desejo de atenção podem levar os filhos a se tornarem rebeldes, ainda que seus pais o tratem da forma acertada. Este comportamento, dependendo da fase em ocorre, pode até ser considerado um tanto comum, especialmente na adolescência.
A Adolescência
A adolescência é um período bastante difícil, já que é uma fase de transição, na qual a criança passa a fazer parte de um mundo adulto. Por isso, os adolescentes ora se comportam como adultos, ora como crianças e ora como adolescentes. Os hormônios estão em fúria e lidar com todas as alterações da vida pode se tornar um fardo difícil de ser carregado.
Nessa importante etapa da vida é preciso que os pais fiquem bastante atentos com o comportamento dos filhos e percebam todas as mudanças. Nessas horas é que as coisas podem desandar e partir para a ruína dos vícios, como cigarro, droga e especialmente o álcool.
Os jovens têm necessidade de autoafirmação frente ao seu restrito grupo de convivência, ou seja, aos amigos. Se o grupo for positivo, há poucas chances de o indivíduo apresentar comportamentos agressivos ou rebeldes além do controle, mas de o grupo não agir de maneira saudável, podem surgir agressões verbais, físicas e muito mais.
Um acompanhamento de perto das amizades é tremendamente importante, nas basta conhecer esse ou aquele, é preciso que se saiba os lugares frequentados, se conheça a família e tudo o mais. Claro que isso se torna bastante complicado de ser feito em cidades grandes, mas não é impossível, já que o que está em jogo é saúde física e mental de um filho.
Esse período difícil pode ser superado com folga, desde que os adolescentes recebam as orientações necessárias quanto aos limites que são obrigados a respeitar e outras coisas mais, todas relacionadas à educação e bom comportamento. Entretanto, tudo isso deve ser feito da maneira mais amável e preocupada possível, sempre apontando o certo e o errado.
Um ponto importante a ser levantado é que, com adolescentes ou qualquer outra pessoa rebelde, levar as coisas a ferro e fogo é uma tática que não obtém resultados positivos. Esse tipo de atitude deixe o rebelde mais agressivo e acuado, sentindo-se ainda mais perdido com a situação que está enfrentando. A melhor coisa a se fazer nesses casos é buscar uma proposta de diálogo e de amor, sendo que o amor e atenção são a chave para derrubar qualquer tipo de barreira.
Quando a Situação Foge ao Controle
A situação fugir do controle, diante de atos consecutivos de rebeldia imotivada, é bastante comum e acontece em todas as famílias, independente de sua classe social. Um erro bastante comum é ouvir os pais dizerem a célebre frase: “Eu não posso mais com o meu filho”.
Como assim você não pode mais com o seu filho, pode sim! Os pais devem demonstrar sua autoridade, mas não com austeridade e sim com atenção e carinho. Os filhos são responsabilidades dos pais, e é quase como um juramento de casamento: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença ou na rebeldia. Não há como escolher ser pai ou ser mãe somente nos momentos de alegria, isso é impossível.
Mostrar aos filhos que as atitudes estão erradas e buscar um meio termo na relação desgastada é obrigação dos pais, e crucial para buscar uma melhora no comportamento dos filhos, mas isso não é conseguido sem que haja uma imposição de limites e um corte nas regalias. Não será apoiando tudo o que o filho faz e lhe cobrindo de mimos, para não entrar em conflito, que se resolverá a situação.
Às vezes a relação se torna tão complicada que fica difícil de resolver somente no âmbito familiar, por isso, buscar ajuda de um profissional de torna fundamental. Mas o acompanhamento de um psicólogo é importante desde que suas recomendações sejam seguidas por pais e filhos, pois se a situação não anda bem é sinal que ambas as partes contribuíram para isso, dessa ou daquela forma.
Negligenciar o fator rebeldia não é algo inteligente a ser feito, a não ser que tal comportamento seja passageiro e esteja ligado a um fator como um término de namoro, uma nota baixa na escola, uma briga com o amigo. Fora desse contexto é preciso que se tenha atenção e se busque sempre melhorar o diálogo, especialmente durante as refeições e horas de lazer. Uma dica legal é buscar fazer programas familiares e tirar o rebelde de casa, levá-lo a conviver mais e mais com sua família.
